terça-feira, 26 de junho de 2012

ALCOOLISMO (colaboração: Maria Regina Parizze Lourenço)

O alcoolismo é uma doença de caráter tríplice que afeta o corpo, a mente e o espírito.

A Organização Mundial da Saúde reconhece o alcoolismo como uma doença que pode ser detida, mas não curada. Um dos sintomas é o incontrolável desejo de beber.

O alcoolismo é uma doença progressiva. Enquanto o alcoólico continuar bebendo, sua vontade de beber aumentará mais e mais. Se a doença não for detida, poderá terminar em loucura ou morte. A única maneira de deter o alcoolismo é a total abstinência. O alcoólico é uma pessoa que bebe de forma compulsiva, uma vítima de uma doença reconhecida.

O alcoolismo é uma doença para toda vida. As autoridades no assunto concordam com o fato de que os alcoólicos, mesmo depois de anos de sobriedade, não podem jamais controlar sua maneira de beber, não existe cura para o alcoolismo. Como o diabetes, o alcoolismo pode ser detido, mas não curado; uma única dose de bebida pode ocasionar o reinício do beber compulsivo (recaída).

Todos tipos de pessoas podem ser alcoólicos( jovens e velhos, ricos e pobres ,instruídos e ignorantes, profissionais liberais e operários, donas de casa e mães), cerca de 3 a 5 por cento são vadios ou estão na sarjeta. Os demais têm família, amigos, empregos e se desempenham razoavelmente bem, mas sua maneira de beber afeta algum setor de sua vida (familiar, profissional, social) ou as 3 juntas.

O alcoólico é alguém cuja maneira de beber causa problemas contínuos e crescentes em qualquer setor de sua vida; é uma compulsão mais forte do que tudo em sua vida, não importa o quanto isso o prejudique, o faça sofrer e aos outros.

Ninguém causa o alcoolismo, não podemos controlá-lo e não podemos curá-lo. Não podemos fazer nada diretamente para conseguir que um alcoólico pare de beber ( somos impotentes perante o álcool ). Persuasão, repreensão, silêncios amargos e lágrimas colocam o alcoólico na defensiva e aumentam os sentimentos de culpa, o que pode causar mais problemas.

Os alcoólicos bebem porque acham que precisam beber, usam o álcool como muleta e como fuga. Sofrem emocionalmente e usam o álcool para eliminar esse sofrimento; mas com o tempo ficam dependentes e se convencem de que não podem viver sem ele; na sua maioria, gostariam de ser bebedores sociais.( Até o momento, não se sabe o por que, que alguns se tornam dependentes e outros não; acredita-se que haja uma pré-disposição). Faz parte dessa doença os pacientes não acreditarem que são doentes, que param de beber quando quiserem.

A doença do alcoolismo tem características que talvez tenhamos dificuldades em entender e interpretamos mal. A maioria dos alcoólicos sofre apagamentos, períodos durante os quais tudo o que eles dizem e fazem desaparece da sua memória, e fica difícil acreditar que não possam se lembrar de algumas ações horrorosas por eles cometidas, e são acusados de mentirosos. Esses apagamentos são sintomas verdadeiros da doença, apagando aleatoriamente até os acontecimentos memoráveis. Quanto mais soubermos a respeito da doença, mais aptos ficamos para tratar o alcoólico com compaixão, indulgência, compreendendo que estamos lidando com uma pessoa que está doente, em vez de alguém que seja sem vergonha, mau, fraco, estúpido ou cruel.

Hoje em dia existem tratamentos bem sucedidos para o alcoolismo. Alcoólicos Anônimos (AA) é o mais conhecido, e mundialmente considerado o mais eficiente. O alcoolismo não é mais uma condição sem esperança, desde que seja diagnosticado e tratado.

A esperança de recuperação está na capacidade dos alcoólicos reconhecerem a necessidade de ajuda, do seu desejo de parar de beber, e da sua disposição em admitir que não podem lidar com o problema sozinhos, pois muitas vezes sofrem terrivelmente, muito mais do que entendemos e pensamos; por isso, é de suma importância separar a pessoa da doença ( o “pecado” do “pecador”), a ter compaixão por seus esforços e sua dor, e reconhecer que eles também são impotentes perante o álcool.

Alcoólicos em Recuperação dizem que “ a maior possibilidade de sucesso está em AA, quando o alcoólico está pronto para pedir e aceitar ajuda”

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS:- Começou em 1935 com dois Americanos, que não eram especialistas em alcoolismo, mas homens nas garras da doença que se uniram para ajudar um ao outro a permanecer sóbrio.

Alcoólicos Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo; fazem isso , praticando os 12 passos, os lemas e as tradições.

O único requisito para se tornar membro é o desejo de parar de beber. O propósito primordial é manter-se sóbrio e ajudar outros alcoólicos a alcançarem a sobriedade.

AL-ANON:- Grupos Familiares Al-Anon são uma associação de parentes e amigos de alcoólicos que compartilham sua experiência, força e esperança, afim de solucionar os problemas que têm em comum. Acreditam qu e o alcoolismo é uma doença que atinge a família e que uma mudança em suas atitudes pode ajudar na recuperação; tem apenas um propósito:- prestar ajuda a familiares e amigos de alcoólicos. Fazem isso, praticando os 12 passos de AA, os lemas e as tradições, encorajando e compreendendo os parentes alcoólicos, bem como acolhendo e proporcionando alívio a familiares, que também são afetados pela doença ; enquanto a obsessão do alcoólico é pela bebida, a obsessão da família é controlar essa bebedeira ( ninguém muda ninguém).

Essa obsessão leva as pessoas próximas ao alcoólico a ficarem ansiosas, sentirem raiva, alimentarem sentimentos de culpa, esconderem a situação e se tornarem sozinhas e frustradas.

O Al-Anon é um programa de vida que proporciona mudanças de atitudes que levam à conquista da auto estima e da serenidade; é por isso que a ação mais útil e amorosa que qualquer membro da família pode tomar é procurar ajuda para si mesmo,que, consequentemente estará auxiliando e muito o alcoólico.

DEUS, concedei-me a

SERENIDADE para aceitar as

coisas que não posso mudar,

CORAGEM para modificar

aquelas que posso,e

SABEDORIA para perceber

a diferença.

Bibliografia:- Literaturas de Alcoólicos Anônimos e Al-Anon

Para Refletir:- Será que esses doentes estão em nossas famílias por “acaso”?

AVARÉ

Alcoólicos Anônimos:- Rua Mato Grosso nº 1133

Reuniões:- 4ªs e 6ªs feiras – às 20 hs

e

Rua Maneco Dionísio nº 318

Reuniões:- 2ªs,4ªs e 6ªs feiras – às 20 hs

e Domingos às 15 hs

Al-Anon :- Rua Mato Grosso nº 1133

Reuniões:- 6ªs feiras – às 20hs

e

Rua Maneco Dionísio nº 318

Reuniões :- 4ªs feiras – às 20 hs




segunda-feira, 25 de junho de 2012

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domingo, 20 de maio de 2012

IMENTOS - DEPOIMENTOS - DEPOIMENTOS- DEPO

A partir de hoje o Blog passa a divulgar alguns relatos envolvendo o aborto. São histórias reais, por isso será preservada a identidade dos envolvidos.

Meus pais tiveram dez filhos. Viviam na roça, por isso os oito primeiros partos foram em casa. Até o quinto filho tudo correu bem, mas a partir do sexto mamãe passou a ter fortes hemorragias, somente estancadas a peso de muita reza.
Quando mamãe estava grávida pela nona vez, viemos morar na cidade (na verdade quase uma aldeia), mas na hora do “vamos ver”, minha avó paterna que era parteira das boas, segundo a vizinhança, fez questão de cuidar de tudo. Que médico que nada! Isso era bobagem, coisa de gente metida a besta. Além do mais, havia apenas um médico e era homem! Vê lá se mamãe ia se expor!
Bom, o fato é que os dois anos que transcorriam sempre entre um filho e outro, traziam o esquecimento dos últimos dissabores e lá se foram as duas para o quarto, promover a vinda à luz de mais um ser humano.
O parto foi extremamente complicado e a bendita(!..) hemorragia (sempre ela) veio novamente, só que desta vez, parecia saber que havia recursos e quase levou mamãe.
Mas vovó queria mostrar que era mesmo habilidosa naquilo que fazia e resolveu que ia dar conta do recado sozinha. Nada de chamar o médico.
Só que o caldo entornou! Colocaram velas nas mãos de mamãe (era uso fazer isso quando a pessoa estava morrendo, para que sua alma chegasse iluminada ao céu), e enfim chamaram o tal Doutor!
Não se sabe como, mas ele ressuscitou mamãe. Alegria geral e repouso absoluto! Nada de novos filhos, viu?
Mas que repouso que nada, a criança, antes de completar dois meses de vida adoeceu e não havia lavagem intestinal ou remédio caseiro que desse jeito. Não queria se alimentar e chorava o tempo todo, gemendo de dor.
O Doutor novamente veio para “salvar a lavoura”. Era uma tremenda ironia. Os oito criados na roça em meio a porcos e germes sempre saudáveis e aquela pobre infeliz, nascida “dentro do recurso” teve que partir tão cedo. Vítima de uma meningite, nada segurou aquele fiapo de vida, que mal se iniciara. Não chegou a completar três meses. Mamãe, sem repouso, abatida e angustiada, embalava em seus braços a criança morta. Quase foi junto! Não bastasse seu já frágil estado de saúde, teve que conhecer ali, cruamente e de forma abrupta, a dor de perder um filho.
Dor que só seria aplacada se viesse outro em seu lugar. Mas e o Doutor? Ele disse que não podia! Ah mas as rezadeiras da vila tinham suas receitas pra isso também: Mulher tinha que cumprir integralmente sua missão de ter filhos até o esgotamento orgânico. Nada de operar. Isso era coisa de Satã (Cruz Credo! Vade Retro!).
Por uma razão ou pela outra, o fato é que mamãe não operou. Pior: Logo estava grávida novamente, para desespero do médico, Dr. Saul, que a esta altura já era amigo da família.
Falou com ela: Tem que tirar! A Senhora tem que acabar de criar os oito que estão aí. Não sobreviverá a mais um parto!
- “O Senhor está brincando? Quase fiquei louca porque perdi um filho, agora vem me dizer para matar outro? De jeito nenhum! Seja o que Deus quiser!”
Esta foi a resposta de mamãe, do alto de sua fé inabalável.
Dr. Saul (nome fictício) não se aborreceu. Compreendia o sentimento materno. Teria que falar com alguém mais racional. Chamou papai. Repetiu tudo: Ele tinha que demover mamãe daquela teimosia.
De novo recebeu como resposta: “Vai ser como ela falou”.
E lá se foi o Doutor, matutando uma forma de salvar aquela renque de crianças de perder a mãe tão cedo.
Decidiu que levaria mamãe ao hospital pretextando um problema qualquer. Faria o aborto e a laqueadura.
Disse à família que a cirurgia seria para evitar as hemorragias.
Mamãe foi. Só que lá, já na precária mesa de cirurgia, teve um pressentimento.
Brava, ralhou com o Doutor. Ai dele se fizesse aquilo!
Não fez. Laqueada, mamãe agüentou firme até a hora do parto, sofrendo intimamente todas as angustias da situação. Um de seus maiores temores era deixar papai sozinho, com aquele bando de bocas para alimentar.
Firme em suas convicções fez uma trilha de novenas, terços, rosários, trezenas, sei lá mais o quê, até que venceu o prazo.
Nasce uma menina raquítica. Mamãe sobrevive. A fé venceu!
Ainda muito frágil, mamãe estava fora de perigo (sobretudo do perigo de uma nova gravidez). A menina raquítica passou a infância a peso de antibióticos, dentinhos escurecidos... mas sobreviveu. Cresceu, formou-se, casou-se. Teve um filho.
Mamãe, que na época tinha seus quarenta, viveu mais de oitenta anos, lúcida, saudável, feliz, com a consciência inteiramente livre.
A menina raquítica cuidou dela por longos anos e agora ajuda a cuidar do pai doente.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

NOTA FISCAL PAULISTA - IMPORTANTE FONTE DE CUSTEIO

O Bom Samaritano presta à comunidade regional, serviços de educação profissionalizante de boa qualidade.

Para tanto necessita manter uma estrutura física e contratar funcionários que se responsabilizam pela limpeza e conservação de seus estabelecimentos, atendimento ao público e, especialmente, os monitores.

Isso demanda gastos e, por tal motivo, é importante que haja também fontes de custeio. Uma dessas fontes vem sendo a Nota Fiscal Paulista, sistema adotado pelo governo estadual para estimular o consumidor a exigir nota fiscal quando de suas compras, obstando, assim a sonegação do imposto de circulação de mercadorias e serviços (ICMS).

Pelo sistema, o Estado repassa ao consumidor cadastrado parte do imposto arrecadado.

Mas esse benefício pode ser repassado às entidades sociais que cumpram os requisitos exigidos. Há duas forma de repasse: o consumidor devidamente inscrito, ao receber seus créditos os repassa às entidades ou, não sendo inscrito doa a nota fiscal à entidade, que deverá cadastrá-la para fazer parte do programa.

No Bom Samaritano há uma equipe de voluntários que cuida de obter notas e cupons fiscais para cadastro através de distribuição de urnas nos estabelecimentos comerciais da região.

Após a arrecadação, as notas e cupons são organizados por data e estabelecimento, a fim de facilitar o cadastramento e, por fim, chega às mãos dos cadastradores, que devem realizar seu trabalho impreterivelmente até o dia 20 do mês posterior à data da compra.

São inúmeras as notas cadastradas mensalmente.

Entretanto, todo o esforço de arrecadação e organização pode ser inútil, se o cadastro não for realizado no prazo exigido pelo programa, pois, nessa hipótese, a nota se perde e não pode mais ser utilizada em benefício da entidade favorecida.

Assim, é muito importante manter ativa uma equipe de cadastradores voluntários, já que a instituição nao dispõe de recursos financeiros para contratar funcionários com esse escopo.

Você não precisa ser um cadastrador fixo se não puder ou não quiser. Mas pode cadastrar algumas notas de forma eventual para auxiliar na manutenção do programa e da casa. É rápido e faz muito bem.

O Bom Samaritano agradece.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

PROMESSAS DE ANO NOVO.



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O momento é propício a reflexões.
Inventamos o “fatiamento do tempo”, como disse Drummond e agora dele desfrutamos para muitas coisas. Uma delas, fazer o balanço do ano que se passou.
Outra: programar o ano que chega.
Todo ano é assim:
Ainda que não queiramos, parece que algo no ar nos leva à reflexão.
O que nos trouxe o ano que finda?
O que trouxemos a ele?
Quantas metas traçamos?
Quais delas efetivamente cumprimos?
Perder peso, ganhar dinheiro, alcançar inúmeros objetivos...
Houve um tempo em que eu era a rainha das metas.
Início do ano, uma lista delas, em sua maioria, inalcançáveis. Mas teimava em repeti-las no ano seguinte, como se a simples renovação fosse capaz de influenciar meu íntimo e me obrigar a engendrar esforços novos para atingi-las.
Ao final to tempo marcado (o ano) novo balanço – grandes frustrações.
A lista continuava lá, ampliada até, mas nada mudava. Ficava sempre o gosto amargo da derrota ao final daquele prazo, marcado para iniciar ou concluir projetos utópicos.
Então, num lampejo do que julguei ser maturidade, decidi, supondo sabedoria: - Para este ano não farei promessas. No final não haveria balanço nem decepções, mudar de ano seria como... mudar de dia, de semana, de mês, apenas o passar do tempo rumo ao envelhecimento e...
E não fiz.
Mas veio o inesperado: A avaliação foi inevitável na grande virada. Outra vez remetida ao que fiz ou deixei de fazer, aos progressos alcançados nesta ou naquela área durante aquele tempo recebido.
Conclui que não é fazer ou deixar de fazer promessas que leva ao “balanço de final de ano”, parece que é mesmo algo que não se evita, independe da vontade de cada um.
Outra temporada vinha chegando e sequer me dei o trabalho de decidir se iria ou não traçar propósitos a atingir naquele novo período. Os dias foram passando e me pareciam insossos. Tudo tinha “sabor” de comida sem tempero. Acontecimentos triviais me apavoravam como se fossem catástrofes – ao toque do telefone acelerava-se meu coração – e fatos que deveriam ser alegres causavam sentimento de culpa por saber-me triste.
Naquele ano constatei que não ter projetos de ano novo é grave sintoma de depressão.
A custa libertei-me dela (acredito). Contei com silenciosa ajuda de familiares e amigos, aos quais jamais poderei agradecer de forma suficiente. Contei, sobretudo, com a infalível Misericórdia Divina.
Vejo hoje o findar de um ano e o raiar de outro: Outra fatia de tempo concedida por Deus nesta terra abençoada onde temos o dever de trabalhar pelo nosso próprio progresso.
Olho para trás: As metas se modificaram, e atingi-las tornou-se menos complexo, mais suave. Buscar a verdadeira reforma íntima atrai uma “nuvem” de colaboradores (encarnados e desencarnados).
Olho para o horizonte: Há agora uma meta permanente. Modificam-se os meios para atingi-la, modifica-se, talvez a distância entre mim e ela, mas pretendo que agora ela seja a única. A saber, o simples (e complexo) progresso moral.
É o que verdadeiramente levaremos da vida e no que vale investir. Todo o mais é menos.
Feliz 2009 a todos.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O que é o natal?






É quase natal...
Ouço dizer que alguém perguntou a várias crianças em uma sala de aula: O que é o natal?
Todas teriam respondido: É uma noite de festa em que Papai Noel nos deixa muitos presentes.
Indagadas sobre o que queriam ganhar, cada qual se esmerou nos pedidos:
_Bicicleta!
-Celular!
-Robô!
-Computador...
E competiam entre si para ver quem pedia mais e melhor.
Todos queriam ganhar e cada qual queria ganhar mais.
Alguns chegaram a fazer uma pequena lista das escolhas de natal;
Do papai: bicicleta.
Da mamãe: videogame.
Da vovó: celular com câmara fotográfica.
Do vovô: computador.
Não pareciam estar dispostos a terminar ali, até que foram interrompidos pelo professor:
- Onde aprenderam sobre o Natal?
Silêncio.
- Quem lhes ensinou o que é o natal?
Novo e prolongado silêncio.
Até que Bruno, o menos tímido da turma responde:
- Ué Professor, isso ninguém ensina, a gente vê como as coisas acontecem.
Pensando bem, Bruno tem lá sua razão.
Somos nós, os adultos, que implantamos na mente das crianças a idéia de que o Natal nada mais é que uma data relacionada ao consumo, aos presentes cada vez mais caros e ostensivos, sem qualquer demonstração de afeto.
Somos nós que, voluntária ou involuntariamente, incutimos em nossos pequenos o apego à matéria, em detrimento do que é a nossa verdadeira essência: O espírito.
Ainda é tempo de lembrá-los de que natal significa nascimento e quando se fala de “O Natal” está-se a tratar de um nascimento especial, que revolucionou e modificou a face da terra.
Fala-se do nascimento de um Rei, cujo reinado não é deste mundo, por isso que, por escolha própria, quis ele nascer no mais humilde dos locais: Naquele onde dormiam os animais.
Nasceu ali. Sem médico, sem cirurgia, sem exames do primeiro momento. Ninguém sabe quanto pesou, qual foi a sua medida, se robusto ou se frágil, não se sabe a cor de sua pele ou de seus olhos.
Nada disso ficou daquele Rei, porque a parte material para ele não importava e não importa.
No dia 25 de Dezembro de todos os anos, celebramos este nascimento, para lembrar que a Providência Divina não nos abandona à própria sorte.
Naquele momento especial da história da Terra, recebemos em nosso meio material, o mais adiantado Espírito que pudemos conhecer.
Ao longo de trinta e três anos, ele esteve conosco na carne.
Durante apenas três anos, transmitiu seus ensinamentos.
Nada deixou escrito. Falava, falava apenas e tingia suas palavras muitas vezes com cores berrantes, para ser compreendido pelo homem rude de seu tempo e também pelas gerações vindouras.
Seu objetivo foi alcançado.
Em todo o mundo milhares de pessoas dizem seguir-lhe os passos para um dia participarem de seu reino.
Mas este reino não inclui presentes como carros, bicicletas, computadores ou qualquer outro objeto proveniente da matéria.
Neste reino, os presentes devem vir do coração e embora a pobreza das palavras para exprimir-lhes o significado, podem ser traduzidos por amor, benevolência, indulgência, paciência sempre: para com os outros e severidade, muita severidade para conosco.
Ah... Sim, presentes materiais não são excluídos. Simbolicamente eles lembram que os Reis magos, através de um espírito superior em forma de estrela (a estrela de Belém), foram avisados do nascimento do “Rei dos Reis” e conduzidos até Ele.
Na ocasião, movidos pelo sentimento de gratidão por receberem na carne tão notável hóspede, levaram-lhe presentes.
Como o Rei já não está entre nós como um ser encarnado, oferecemos presentes aos nossos queridos, como forma de demonstrar que, também nós, somos gratos aos Céus pela sublime passagem de nosso Mestre Maior em nosso meio físico.
Se queremos realmente apresentar algo de bom ao aniversariante, demonstrando nossa alegria com seu nascimento, podemos, pelo menos nesta época do ano, auxiliar aos necessitados, de toda sorte, dando um pouco do que possuímos em bens materiais, equilíbrio, conhecimento, amor, solidariedade.
No mais, uma prece singela, nascida do coração e o natal estará perfeito.
Feliz Natal a todos!